A partir desta quarta-feira (20), a pecuária leiteira de Cianorte passa a contar com um novo maquinário. A carreta tanque distribuidor de esterco líquido, adquirida pela Secretaria Municipal de Agricultura, possibilita o aproveitamento do dejeto fermentado para utilização em lavouras, pastagens e pomares. O investimento foi R$ 54 mil, de recursos do Fundo Municipal de Desenvolvimento Rural, e atenderá os 13 produtores credenciados.
A ideia do programa, criado há mais de um ano, é fazer uso dos excrementos bovinos para reduzir a agressão ambiental, melhorar o desempenho do agronegócio e minimizar custos. “Aquelas propriedades que criam gado produzem boa quantidade de esterco e têm o desafio de descartar esses rejeitos de modo ambientalmente correto. Nas que trabalham com leite e que precisam ter a sala de retirada em perfeitas condições de higiene, a responsabilidade é ainda maior. O que estamos fazendo, enquanto poder público, é auxiliar esses pecuaristas na solução desses problemas, contribuindo com a implantação da esterqueira e posterior utilização do adubo fabricado”, explicou o secretário da pasta, Anízio Menarim Filho.
A Prefeitura subsidiou a escavação dos tanques para o depósito dos dejetos sólidos e parte do material de construção aplicado no contrapiso das salas de ordenha e cocheiras do gado. Além disso, o serviço de distribuição do chorume nas pastagens ou áreas agrícolas é totalmente gratuito. Já o produtor beneficiado, devidamente cadastrado na Secretaria Municipal de Agricultura, firmou o compromisso de custear a mão de obra e outros materiais necessários na construção do sistema de captação e vedar com lona plástica os tanques, para evitar a contaminação do lençol freático.
Cada produtor dimensionou o tamanho de seus tanques, conforme a demanda de suas áreas e quantidade de animais. Atualmente, é feito o aproveitamento de adubo orgânico de aproximadamente 400 vacas leiteiras. São cerca de 10 mil quilos de esterco e 44 mil litros de chorume produzidos diariamente. O volume se acumula nas esterqueiras, onde é realizado o processo de degradação biológica.
“Esses números variam conforme o tipo de animal, dieta, sistema de produção e também formulação. Os 10 mil quilos/dia de esterco transformados podem substituir até mil quilos de adubo químico, dependendo da formulação. Ou seja, em um ano, são 365 toneladas de adubo químico que poderiam ser incorporados ao solo e que foram substituídos por uma opção mais ecológica, reforçando o potencial produtivo das lavouras e pastagens e gerando uma economia de quase R$ 1 milhão”, destacou o secretário.